Nesta quarta-feira, dia 19, foi realizada na Assembleia Legislativa do RS uma audiência pública para debater o projeto da Votorantin em Caçapava do Sul. Cerca de 300 pessoas participaram do encontro, onde Caçapava do Sul foi representada por aproxima...

Nesta quarta-feira, dia 19, foi realizada na Assembleia Legislativa do RS uma audiência pública para debater o projeto da Votorantin em Caçapava do Sul. Cerca de 300 pessoas participaram do encontro, onde Caçapava do Sul foi representada por aproximadamente 100 pessoas.

A audiência foi organizada pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da AL, proposta pelo Deputado Luiz Fernando Mainardi. A reunião aconteceu no Teatro Dante Barone, anexo ao prédio da Assembleia.

Durante o encontro, três Deputados se manifestaram contra o projeto, Luiz Fernando Mainardi (PT), Regina Beck (Rede) e Pedro Pereira (PSDB). Já a favor do empreendimento foram quatro Deputados, Gilmar Sossela (PDT), Ciro Simoni (PDT), Lucas Reddeck (PSDB) e João Fischer (PP). A audiência foi conduzida pelo Presidente da Comissão, Deputado Altemir Torteli (PT).

Antes das manifestações, a empresa Votorantin, através do Gerente do projeto Caçapava, Paul Cézanne, apresentou o investimento e disse que o planejamento da empresa é iniciar a exploração no terceiro trimestre de 2020, se o licenciamento for aprovado junto a Fepam.

Tivemos ainda a fala do Prefeito Giovani Amestoy, do Presidente da Câmara Ricardo Rosso, de entidades de classe e de 10 pessoas do público, 5 favoráveis ao projeto e 5 contrários.

A audiência durou quatro horas, onde foi marcada por vaias, aplausos e discussões. Os vereadores de Caçapava do Sul no final da audiência fizeram um movimento contra o Deputado Mainardi, que é um dos contrários ao investimento e está liderando as manifestações contrárias.

O Ministério Público Estadual e a OAB também fizeram parte da audiência, informando que estão acompanhando de perto o projeto e as audiências públicas. Participaram também da audiência, o Vice Prefeito Luiz Carlos Guglielmin, os vereadores Mariano Teixeira, Alex Vargas, Jussarete Vargas, Silvio Tondo e Paulo Pereira, além de representantes das entidades de Caçapava do Sul, como ACIC, CDL, STR, SR e outras.

Mitos e verdades Responsável pelo projeto, Paul Cezanne Pinto, da Votorantim Metais, explicou que a ideia é retomar a mineração no Rio Grande do Sul através de práticas de gestão ambiental onde as técnicas de engenharia de minas são aplicadas, com controle ambiental.O projeto Caçapava do Sul deverá produzir 36 mil toneladas de chumbo, 16 mil toneladas de zinco e cinco mil toneladas de cobre anualmente. Ele assegurou que haverá resguardo dos recursos hídricos, uma vez que a água será tratada e reutilizada no processo de beneficiamento, sem descarte no meio ambiente. Também antecipou que uma linha de transmissão própria responderá pelo fornecimento de energia.Cezanne refutou afirmações de que a mineração atingirá o Rio Camaquã, “é mentira”, garantindo que a estrutura mais próxima estará a cerca de 800 metros da margem, assim como os rejeitos estarão a 2,2 quilômetros do rio. Outro “mito”, de que a mineração é atividade estranha ao perfil regional, foi descontruído pelo técnico ao lembrar que, desde o Império, essa tem sido a vocação da região, que produz 80% do calcário gaúcho. Negou a possibilidade de poluição do rio por chumbo e outros metais, “não existirá nenhum descarte de efluente de processo para o rio, a água será tratada e reutilizada, o volume de captação será inferior a 0,5% do volume médio de água no Rio Camaquã”.Será o primeiro projeto no Brasil sem barragem para reposição de rejeitos, afirmou. Além de estratégias para o transporte das cargas até o Porto de Rio Grande, Paul Cezanne anunciou projetos sociais para integração das comunidades e das cadeias produtivas da região.Desde o pedido do licenciamento ambiental, em janeiro, diversas audiências foram realizadas na região, com acompanhamento do Ministério Público Estadual, conforme informou o promotor Ricardo Schinestsck, condutor da investigação do projeto de mineração em Minas do Camaquã. Disse que inquérito civil foi instaurado, “para coletar dados técnicos, declarações e manifestação popular”.

Data de publicação: 20/04/2017

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