Na manhã de sexta-feira (27), os vereadores estiveram reunidos com autoridades para buscar soluções relacionadas aos atos de violência coletiva que ocorreram em Caçapava do Sul.
Na última semana, Caçapava do Sul ganhou destaque nas redes sociais e virou matéria de emissora de TV. Isto se deu devido a repetitivos atos de violência envolvendo várias pessoas, menores de idade, em diferentes pontos da cidade. Muitos vídeos, com grau elevado de agressões, foram compartilhados entre a comunidade caçapavana, alertando as autoridades para o assunto.
Mediante ao contexto, o Presidente da Câmara de Vereadores de Caçapava do Sul, Silvio Tolfo Tondo (PP), convidou autoridades para refletir sobre novas abordagens do assunto pautado com o objetivo de fortalecer a segurança no município.
“Esta iniciativa de reunir autoridades e colocar em pauta os assuntos de segurança é uma oportunidade para buscarmos soluções. O Poder Legislativo não pode ficar omisso aos atos de violência que vem ocorrendo com maior frequência em nossa cidade” mencionou Tondo ao convocar a reunião.
Na ocasião, uma mesa foi composta com o Presidente Tondo, o Prefeito Municipal Giovani Amestoy, a Juíza da 2ª Vara Dra. Barbara Saraiva e o Delegado da Polícia Civil Dr. Bruno Carnauba. Estavam presentes os demais vereadores da Casa, o Capitão da Brigada Militar Diego Deleon, o Tenente da Brigada Militar Ciro Nelson Rodrigues, representantes da ACIC CDL e do Conselho Tutelar de Caçapava do Sul.
Tondo iniciou a reunião lembrando que, terminar com a violência no município é uma utopia, porém, nas últimas semanas se instaurou um clima atípico no município, no qual, precisa ser discutido e sanado.
Já Amestoy, relatou que eventos privados e estabelecimentos comerciais não estão atentando para a entrada de menores de idade, e tampouco, para venda bebidas alcoólicas aos mesmos, o que agrava a situação. Segundo o prefeito, o Ministério Público já averbou alguns ajustamentos de conduta a várias distribuidoras da cidade.
A Dra. Barbara ressaltou que apenas atos de repressão, embora importantes, não são a solução para o problema dos eventos acima citados. A juíza falou sobre um trabalho social de orientação que deve ser construído no meio para coibir estes atos extremos de violência.
O Delegado da Polícia Civil afirmou que haverá uma atuação incisiva de fiscalização para a venda e fornecimento de bebidas alcoólicas a menores. Carnauba lembrou que o crime não está só na venda, mas no fornecimento, ou seja, o maior de idade que está comprando para o menor será responsabilizado.
O Capitão da Brigada Militar explanou sobre a defasagem no quadro de servidores. Deleon disse que hoje responde pelo policiamento de Caçapava do Sul e de mais seis município. O Capitão ainda corroborou que o policiamento ostensivo nem sempre é a solução, em alguns casos, a origem do problema é educacional e deve ser tratada neste âmbito.
A vereadora Patricia Castro (PL) apontou a questão da responsabilidade dos organizadores da festa do Clube União, na qual, se iniciou os atos de violência. A parlamentar lembrou que estes eventos não podem atuar apenas com cunho lucrativo, mas também, com a responsabilidade e segurança.
O vereador Boca Torres disse que, embora sempre houvesse um nível aceitável de desentendimento nestes tipos de eventos, os vídeos repassados em redes sociais mostram que o limite foi ultrapassado e algo precisa ser feito.
O vereador Lelo, também presidente da OAB de Caçapava do Sul, lembrou dos programas sociais realizados pela Ordem e sugeriu novas ideias de conscientização cidadã para solução da violência.
O vereador Paulo Pereira se manifestou dizendo que frequentemente é visto em vias públicas menores de idade consumindo álcool e tabaco. Paulinho coloca em pauta a responsabilidade dos pais sobre o contexto discutido.
O vereador Marquinho Vivian lembrou da época mais grave da pandemia onde viaturas da Brigada Militar faziam rondas com uma força tarefa. Vivian apontou o exemplo como uma possível solução e lembrou que nos próximos dias teremos as festividades de carnaval em Caçapava do Sul.
A reunião finalizou com o vereador Mariano Teixeira questionando o Capitão da Brigada sobre o aumento de efetivos. Deleon reafirmou que o este problema é institucional e que não cabe a ele, neste momento, fazer tal reivindicação aos superiores.
No decorrer da reunião, foi enfatizado pelas conselheiras que o Conselho Tutelar não tem atribuição de segurança de pública, ou seja, a instituição só age depois da apuração dos fatos trabalhando com os menores envolvidos.
O Promotor de Justiça de Caçapava do Sul, o Dr. Gabriel Munhoz Capelani, não pode comparecer devido a compromisso profissional no Fórum. Capelani solicitou as informações tratadas na reunião para se manter ciente das discussões pautadas.
Data de publicação: 30/01/2023
Créditos: Daniel Miranda
Créditos das Fotos: Daniel Miranda