O químico e pesquisador brasileiro Gilberto Orivaldo Chierice, desenvolvedor de uma substância que pode ser uma arma poderosa na busca pela cura do câncer, recebeu a Medalha do Mérito Farroupilha na quarta-feira (14), em solenidade realizada no Teatr...
O químico e pesquisador brasileiro Gilberto Orivaldo Chierice, desenvolvedor de uma substância que pode ser uma arma poderosa na busca pela cura do câncer, recebeu a Medalha do Mérito Farroupilha na quarta-feira (14), em solenidade realizada no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa do Estado. A homenagem, maior láurea do Legislativo gaúcho prestada a profissionais e personalidades de reconhecido serviço prestado à sociedade, foi proposta pelo deputado estadual Marlon Santos (PDT) e prestigiada pelos deputados Frederico Antunes (PP), Ronaldo Santini (PTB), João Fischer (PP) e Eduardo Loureiro (PDT).
Professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP), Chierice coordenou por mais de 20 anos os estudos no Instituto de Química de São Carlos com a chamada fosfoetanolamina sintética, que imita uma substância presente no organismo e sinaliza células cancerosas para a remoção pelo sistema imunológico. Além dele, os outros quatro integrantes de seu grupo de pesquisa também receberam a condecoração do Legislativo: os professores Salvador Neto, Renato Meneguelo, Marcos Vinícius de Almeida e Juliano Oliveira.
O grupo descobriu como a fosfoetanolamina sintética pode controlar as celulas com tumor. A substância faz uma espécie de marcação nas células cancerosas. Com isso, elas ficam mais visíveis para o sistema imunológico combatê-las.
"Esta substância, quando utilizada em câncer, tem conseguido obter resultados fantásticos. Então eu não vejo porque não experimentar isso", disse o pesquisador Gilberto Chierice.
O vereador José Sidnei Menezes – Pirola (PP), que luta contra o câncer de próstata há mais de seis anos, participou do evento e conversou com os pesquisadores, que estão tendo dificuldades em produzir o medicamento que já foi utilizado por mais de 500 pessoas em todo o país que conseguiram o tratamento através de processo na justiça. “Fui convidado pelo deputado Marlon Santos a participar do evento e tive a oportunidade de conversar com os pesquisadores que estão apenas tentando ajudar as pessoas que sofrem com esta doença. Hoje, preciso pedir na justiça um medicamento que custa quase R$15.000,00 por mês o tratamento, e que apenas ameniza os efeitos da doença, quando o medicamento desenvolvido pelos profissionais brasileiros custa apenas R$ 0,10 a cápsula.”
Mais de 500 pessoas receberam os médicos, que também acertaram um programa de cooperação com dois laboratórios estaduais, que devem passar a produzir as cápsulas, hoje feitas apenas na Universidade de São Paulo (USP). "Se ele amenizar 20% ou 30% de todo o sofrimento que esta doença causa, já é muita coisa. É muito mais do que muito remédio que tem liberado aí faz", destaca o pesquisador Renato Meneghello.
Segundo o Deputado Marlon Santos, o governo estadual também deve apoiar o processo para aprovar a substância na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Lido muito com saúde durante a semana e vejo o clamor das pessoas", diz o deputado Marlon Santos (PDT). "É hora de acordarmos. O estado do Rio Grande do Sul acordou", acrescentou.
Apesar de pronta para uso pelos pacientes, uma portaria da universidade proibiu a distribuição até o registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com isso, alguns pacientes que tinham conhecimento dos estudos entraram na Justiça para obter as cápsulas. Segundo a agência, para obter o registro, além da requisição, é preciso apresentar documentos e análises clínicas. Chierice alega ter procurado a Anvisa quatro vezes, tendo sido informado que faltavam dados clínicos.
Data de publicação: 18/10/2015