O Presidente da Câmara de Vereadores, Luis Fernando Torres, destacou a importância da parceria para resgatar a história política do município e, também, o passado cotidiano da cidade.

Uma parceria entre a Casa de Cultura Juarez Teixeira e a Câmara de Vereadores de Caçapava do Sul proporcionou o acesso a uma verdadeira relíquia da história da cidade: um livro de “Actas” do Conselho Municipal de Caçapava do período entre 1907 e 1929, que estava guardado no Arquivo da Câmara e agora será transcrito, analisado e, posteriormente, digitalizado. Em uma reunião na Câmara, com a participação de seu Presidente, vereador Luis Fernando Torres – Boca (PT), dos vereadores Marquinho Vivian (MDB) e Silvio Tondo – Beleza (PP), chefe de gabinete do presidente Silvio Brito, e dos representantes da CCJT, o Diretor Juarez Teixeira e o historiador João Timótheo Esmério Machado, foi oficializado o empréstimo dessa documentação.

São 150 páginas que contam o que aconteceu na cidade num momento de “vácuo” da Câmara de Vereadores no formato tal como se conhece hoje. A Câmara de Vereadores de Caçapava foi instalada em 01 de janeiro de 1834 e, durante o Período Imperial, atuou como Poder Legislativo e Executivo. Posteriormente, logo depois da Proclamação da República, em 1890, foi dissolvida por Decreto do Poder Estadual e só voltou a ser recriada no final da década de 1930.

Inicialmente foi criada uma comissão provisória, formada pelos cidadãos Antônio Celso de Campos, Antônio Carlos Oleques e Inocêncio Chaves Pinto para administrar o município com as mesmas funções da antiga Câmara. Em seguida foi criado um Poder Executivo com Intendentes, uma espécie de administradores municipais nomeados pelo Presidente da Província. Junto com os Intendentes foi instituído, também, o Conselho Municipal, com funções semelhantes às da Câmara de Vereadores.

Em 1907, o Intendente era o Coronel Balthazar de Bem e Canto e o Conselho Municipal era formado por Domingos Jayme de Figueiredo (Presidente), João Batista Coelho Leal (Secretário), Capitão Galvão Alves Machado, Capitão Ernesto Ricardo Haag, José de Araújo Brito, Joaquim Ribeiro de Carvalho e Major Luiz Antônio Monteiro. Esse Conselho analisou, entre outras coisas, o pedido de renúncia do Intendente Coronel Balthazar de Bem e Canto e deu posse ao Vice-Intendente Tenente-Coronel Fidêncio Teixeira Oliveira Filho.

Juarez Teixeira destaca que quase ninguém sabia da existência desse material. “Eu o descobri fazendo uma pesquisa para meu primeiro livro, sobre a história de Caçapava, no Arquivo da Câmara - que está muito bem organizado – mas só agora, com esta parceria, vamos poder levar o livro para análise”. O Presidente da Câmara de Vereadores, Luis Fernando Torres, destacou a importância da parceria para resgatar a história política do município e, também, o passado cotidiano da cidade.

O livro traz, entre outras curiosidades, um pedido da União “Binificiente” de um terreno para a construção do Hospital de Caridade; pedido de auxílio para biblioteca do Grêmio dos Estudantes do Curso de Capataz Rural da Escola de Zootecnia de Viamão, além de reajustes de energia elétrica e mudanças nas lâmpadas da cidade. “O documento nos conta que em 1910, por exemplo, as lâmpadas de iluminação pública tinham 10 watts, ou seja, eram menos potentes que uma lâmpada de cabeceira. E com esses pequenos fragmentos é que a gente vai montando o quebra-cabeça da história da cidade”.

Data de publicação: 04/02/2022

Créditos: Gisele Teixeira

Créditos das Fotos: Daniel Miranda

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